domingo, 13 de março de 2011

A INDEPENDECIA DO BRASIL COMEÇOU NO PIAUI


Dia 13 de março. Nessa data, anualmente, é comemorado um massacre que deixou mais de 400 piauienses mortos em campo de batalha. O episódio aconteceu há 188 anos nas margens do Rio Janipapo, hoje município de Campo Maior.
Sem treinamento e armados com ferramentas agrícolas e pedaços de paus e pedras, os insurgentes do Piauí foram esmagados pelas tropas da Coroa, que empunhavam espingardas e manuseavam canhões.

A Batalha do Jenipapo entrou para a história não pela derrota dos piauienses ou pela vitória dos portugueses. O valor histórico desse enfrentamento está no simbolismo contido nele. “A importância aqui é simbólica, ela mostra a determinação dos brasileiros, dos piauienses, dos cearenses em perseguir a independência”, relata o jornalista e escritor Laurentino Gomes, que estudou a batalha para escrever o livro “1822”, onde trata sobre a independência do Brasil.

E mais: é uma prova que a história é mal contada nas escolas. A independência do Brasil não se resume às margens do Riacho Ipiranga - SP, local onde Dom Pedro teria bradado “Independência ou morte!”, libertando assim o Brasil da Coroa portuguesa.
“Falam como se a independência fosse o “Grito do Ipiranga”, o “Dia do Fico”, como se todos os acontecimentos se resumissem a São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Quando você observa a Batalha do Jenipapo, você entende que a independência foi construída no Brasil inteiro, com muito sangue, muito suor, muito sofrimento, em condições adversas”, relata Laurentino Gomes.
Para o jornalista, que dedicou um capítulo inteiro do livro “1822” à Batalha do Jenipapo, o massacre das tropas da Coroa sobre os insurgentes contém uma lição: de que a independência foi produto do esforço de todos os brasileiros e não só de um jovem príncipe regente ou do José Bonifácio, patriarca da independência.

Isso porque um dos objetivos de Portugal era criar o Estado do Brasil do Norte, reunindo as províncias do Maranhão, Grão Pará e Piauí, mantendo ao menos essa parte da ex-colônia subordinada a Portugal. A resistência em diferentes regiões do território brasileiro impediu que o plano se concretizasse. “Sem a Bahia, sem o Ceará, sem o Piauí, sem o Pernambuco, o Brasil como é hoje simplesmente não existiria, porque teria se fragmentado”, atesta Gomes

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